Quando você escuta a palavra arte, qual é a primeira imagem que te toma pensamento? Que cor tem essa imagem? Tem sonoridade? Textura? Essa imagem está em movimento ou parada? Qual é a sua arte? Como você funciona?

Destas questões percebemos que a arte invocada o imaginar e ganha singularizações, por exatamente não se tratar de algo explicável a codificação do lógico; Ela toma o respiro da essência do que somos elaborados; em outras palavras ela é canal aberto diretamente para alma.  

– Imagine uma raiz que se rizoma a uma usina de energia tão poderosa, que apenas uma vibração, te modificaria da cabeça até o dedinho do pé, e quimicamente (ou por mágica se preferir) (r)estabeleceria pensamentos, fantasias e sobretudo a capacidade de criar. — Imaginou tudo isso?

Arteterapia e autoconhecimento
Imagem Felipe Cavalcante

Algo tão poderoso como a arte tem que ganhar espaço ao se tratar das angústias e potências humanas, nesta força, imergimos a arte na terapia. – Acreditando que ela possa tocar fundo as profundezas de nossa alma; da escuridão que tememos e da força que “esquecemos” possuir. Em suas variações ela pode promover o ajustamento emocional, e libertar silêncios internos; externando movimentos de naturalização e adaptação à condição de mundo.

O corpo do terapeuta em seu estado mais amplo de combinações, personifica sobre o servir, cuidar, iluminar, acolher, e mediar a relação entre o simbólico humano e o universo do si mesmo, e nesse trajeto heroico a arte se vincula em um meio de agenciar o ponto de desconstrução daquilo que não se faz de nossa própria natureza na evolução dos tempos.

Nessa façanha, em terapia, o terapeuta convida sua dupla (paciente) a experimentar o contato com a alma questionando: 

— O que sua alma quer? E como isso acontece? A resposta para essa pergunta é o mais surpreendente do encontro.

Existem diversas técnicas, e meios em que a arte pode desenvolver-se durante o processo terapêutico, sob o olhar de diversas abordagens ou linhas de pensamento – podendo ser conhecidas como recursos da arteterapia. Mas sobre tudo, como recursos de expressão da alma. 

É na junção terapeuta/paciente que se conhece o que o momento de vida atual do paciente pede. É preciso afinar a sensibilidade para deixar a alma solicitar por qual meio tomará expressão.

A alma pode solicitar, música, pintura, escrita, teatro, dança,  fotografia, o fazer história, o modelar, ela pode inventar, se reinventar, e inventar de novo e de novo e novamente mais uma vez; quantas vezes forem necessários.

Qual dessas possibilidades o desejo em você fez sentir a possibilidade de fazer? – Se sente algo, sem dúvidas sua alma quer expressar?!  – mais vale a sensibilidade do que a técnica em si.

Até a produção deste texto, em sua escrita e leitura possibilita sua ressonância no poder imaginar: Qual é a arte que te conecta em si? Cogitando isso, e certo de que a arte deve ser experimentada para o conhecimento de si proponho um exercício.

Encontre um lugar calmo, que seja sua forma de calmo, não importa como ele seja, mas que pareça agradável para você. 

Depois, já neste lugar, se possível escolha uma música que te faz vibrar, que te faz esquecer da condição de estar presente neste mundo, que te leva a sonhar, imaginar – te desliga daqui mas conecta a você. [Fico aqui curioso para saber qual sua música de movimento].

Em seguida, pegue uma folha branca e ouvindo sua música, foque seu olhar na folha, não olhe para mais nada a não ser ela, demore o tempo que precisar para se concentrar nesta folha branca – respire!

 

Aos poucos em pensamentos, vá imaginando traços nesta folha, vá desenhando com pensamento, não precisa de lápis, apenas o pensamento, use as cores da sua imaginação. Observe… Parece que forma um desenho, uma imagem, talvez uma cena, ou um pequeno símbolo, ou ainda uma cor surge e predomina na folha. 

— Solte seu imaginar. 

Permita que aconteça… Quando sentir que a imagem se manteve, pare! E retome o seu olhar para o mundo do aqui e agora; para a vida que corre ligeira ao seu lado, mesmo quando você ai em seus pensares.

Observe como se sente? Não pense tanto mais no desenho, foque no sentimento, em como você está respirando, repare no seu corpo, olhe para suas mãos, pernas, braços, ou a parte que mais lhe chama atenção para esse momento.

Vamos, deixe saber que existe em você um devir […]

Repita esse momento quantas vezes sentir necessário – e reflita como seus pensamentos tornam mais seus em cada tentativa, verifique suas dificuldades e facilidades de conduzir em você a imagem de poder criar o que ainda parecia não criado.

Ouso dizer, a arte expressa aqui foi você! Em sua condição mais genuína de encontrar-se e se fazer IMAGINAR.

Me conta como foi para você essa expressão? Se sentir-se confortável, pode deixar nos comentários como foi sua vivência, ou ainda dizer o que achou dessa leitura.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *